google.com, pub-3508892868701331, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Rio de Saúde: Doença mental: transtorno bipolar causa e tratamentos

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Doença mental: transtorno bipolar causa e tratamentos

O transtorno bipolar é uma doença mental, onde o paciente, alterna estados de euforia (mania) e depressão, além de fases de "normalidade", intercaladas. 

A causa exata é desconhecida, mas os cientistas acreditam que esteja ligada à genética, segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, 50% dos portadores da doença, apresentam pelo menos um familiar afetado.
Crises bipolares não têm nada a ver com as mudanças de humor da pessoa "de lua", que passa uma manhã agitada, ou se irrita facilmente. Um episódio de mania pode durar dias, ou semanas, e levar a alteração do sono, perda do senso crítico, e comportamentos compulsivos, como comprar demais, consumir álcool e drogas. Como tantos outros nomes de patologias, a expressão "bipolar" é usada fora do contexto médico. Há um entendimento errado da bipolaridade. É uma doença muito grave, com uma série de sintomas. Mudar de humor rapidamente não faz o diagnóstico.

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Depressão x Euforia:
A depressão é um estado de prostração, que tem como principais sintomas: tristeza, cansaço, desânimo, falta de energia, alterações no sono e no apetite, dificuldade em tomar decisões etc. 

Já, a mania é um estado de euforia.
A pessoa se sente com muita disposição para tudo, e não tem limites. É como se pudesse e conseguisse tudo. Fica agitada, tem grandes e numerosas ideias, aumento do apetite sexual, fica falante, e chega até a perder o sono. A mania também pode se apresentar sob a forma de irritabilidade.

Quando a pessoa oscila entre estes períodos de depressão e mania, sofre desta doença que já foi chamada de psicose maníaco-depressiva. A síndrome bipolar é de difícil diagnóstico, que pode levar anos. Isso porque a pessoa pode apresentar o quadro da depressão, sair dele e não entrar no de mania logo em seguida, mas daqui a dois ou três, outros episódios de depressão. A mania, por sua vez, pode não ser tão visível, porque, se não for severa, a pessoa é vista somente como alguém que está de bom humor e numa fase boa da vida.

Causas:
Para a maioria das pessoas com transtorno bipolar, não existe uma causa evidente para os episódios maníacos ou depressivos. Alguns dos possíveis desencadeadores de um episódio de mania, em pessoas com transtorno bipolar:
• Mudanças na vida, como o nascimento de um bebê;
• Medicamentos, como antidepressivos ou esteroides;
• Períodos de insônia;
• Uso de drogas recreativas.

O transtorno bipolar afeta homens e mulheres igualmente, e geralmente tem início entre os 15 e 25 anos.

Tipos de transtorno bipolar:
As pessoas com transtorno bipolar do tipo I, apresentam pelo menos um episódio maníaco, e períodos de depressão profunda. Antigamente, o transtorno bipolar do tipo I era chamado de depressão maníaca. 

As pessoas com transtorno bipolar do tipo II,
nunca apresentaram episódios maníacos completos. Em vez disso, elas apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade, que não são tão intensos como os da mania (chamado de hipomania). Esses episódios se alternam com episódios de depressão. 

Uma forma leve de transtorno bipolar chamada ciclotimia, envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa forma alternam entre hipomania e depressão leve. Mista, quando os episódios possuem várias características, tanto de mania quanto de depressão, simultaneamente. Ciclos Rápidos, quando os episódios e variações de humor, duram menos de uma semana. As pessoas com transtorno bipolar do tipo II, ou ciclotimia, podem ser diagnosticadas incorretamente como tendo apenas depressão.

Sintomas de Transtorno bipolar:

A fase maníaca pode durar dias, ou meses. Alguns possíveis sintomas são:
• Distrair se facilmente.
• Redução da necessidade de sono.
• Capacidade de discernimento diminuída.
• Pouco controle do temperamento.
Compulsão alimentar, beber demais e/ou uso excessivo de drogas.
• Sexo com muitos parceiros (promiscuidade).
• Gastos excessivos.
• Atividade em excesso (hiperatividade).
• Aumento de energia.
• Pensamentos acelerados que se atropelam.
• Fala em excesso.
• Autoestima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades).
• Grande envolvimento em atividades.
• Grande incomodação (agitação ou irritação).

Esses sintomas da mania ocorrem com o transtorno bipolar I. Nas pessoas com transtorno bipolar II, os sintomas da mania são similares, mas menos intensos.

A fase depressiva, nos dois tipos de transtorno bipolar, apresenta os seguintes sintomas:
• Desânimo diário ou tristeza.
• Dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões.
• Perda de peso e perda de apetite.
• Comer excessivamente e ganho de peso.
• Fadiga ou falta de energia.
• Sentir-se inútil, sem esperança ou culpado.
• Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas.
• Baixa autoestima.
• Pensamentos sobre morte e suicídio.
• Problemas para dormir, ou excesso de sono.
• Afastamento dos amigos, ou das atividades que antes eram prazerosas.

O risco de tentativas de suicídio em pessoas com transtorno bipolar é grande. Os pacientes podem abusar do álcool, ou de outras substâncias, piorando os sintomas e o risco de suicídio. Em alguns casos, as duas fases se sobrepõem. Os sintomas maníacos e depressivos podem ocorrer juntos, ou rapidamente um após o outro. Isso recebe o nome de estado misto.

Exames:
Vários fatores estão envolvidos no diagnóstico do transtorno bipolar. O médico pode usar todas ou algumas das opções abaixo:

• Perguntar sobre o histórico médico familiar, se alguém na família tem, ou já teve transtorno bipolar,

• Perguntar sobre as oscilações de humor recentes, e há quanto tempo há esse tipo de alteração.

• Realizar um exame completo, para identificar doenças que podem estar causando os sintomas.

• Solicitar exames laboratoriais, para verificar a ocorrência de problemas na tireoide ou níveis toxicológicos.

• Conversar com os familiares sobre o seu comportamento,

• Fazer um histórico médico, incluindo todos os seus problemas médicos, e os medicamentos usados.

• Observar seu comportamento e humor.
Observação: O uso de drogas pode causar alguns desses sintomas. Entretanto, isso não descarta o transtorno bipolar. O próprio abuso de drogas pode ser um sintoma do transtorno bipolar.

Diagnostico:
Os primeiros surtos de transtorno bipolar surgem como crises de depressão em 60% dos casos, daí a dificuldade no diagnóstico. O transtorno aparece, em geral, até os 25 anos. Quando a doença se manifesta como mania, os sintomas são confundidos com os de esquizofrenia (megalomania, alucinações). Às vezes o diagnóstico leva até dez anos.

“A dificuldade de determinar a doença é comum entre os transtornos mentais”, lembra Dr. Jair Soares, Psiquiatra brasileiro, e Pesquisador na Universidade do Texas em Houston (EUA). Não há um marcador biológico que possa ser medido em um teste. "Dependemos do diagnóstico clínico, da descrição dos sintomas pelo paciente", completa Soares.

A avaliação clínica não consegue diferenciar uma depressão bipolar de outras. "O tratamento com antidepressivo puro, pode agravar a doença. É um risco. Às vezes, só assim para descobrir". Os casos mais complexos envolvem crises de hipomania, uma mania leve, que pode aparecer como ciúme ou irritabilidade.

Sentimentos normais que, no bipolar, são exagerados e causam prejuízos à vida, essa é a fronteira entre normal e patológico. O alerta deve vir quando a família se queixa de instabilidade: a pessoa mostra alterações visíveis e fases de normalidade.

Tratamento:

O tratamento adequado do TB reduz a incapacitação e a mortalidade dos portadores. Em linhas gerais, inclui necessariamente a prescrição de um, ou mais, estabilizadores do humor em associação (carbonato de lítio, ácido valpróico/valproato de sódio/divalproato de sódio, lamotrigina, carbamazepina, oxcarbazepina). A associação de antidepressivos (de diferentes classes) e de antipsicóticos (em especial os de segunda geração, como risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, aripiprazol) pode ser necessária, para o controle de episódios de depressão e de mania.

Banalização da Doença:
A bipolaridade é a doença mental que mais mata por suicídio, cerca de 15% dos doentes, se matam. Os pacientes têm um risco, 28 vezes maior, de apresentar comportamento suicida, do que o resto da população e até metade dos doentes tenta se matar. A expectativa de vida de homens bipolares é 13 anos menor, e de mulheres bipolares é 12 anos menor, do que a da população em geral, segundo um estudo dinamarquês. A expectativa de vida do bipolar é comparável à do esquizofrênico.

Considerando a gravidade, os médicos todos criticam a popularização do termo. "É banalizar a doença. Estar triste é uma coisa, estar deprimido e não conseguir sair de casa é outra". De acordo com as últimas descobertas científicas, as crises de euforia e depressão, são tóxicas ao cérebro, assim como o organismo do diabético, sofre com os picos de glicemia. O cérebro de quem tem transtorno bipolar, não controlado, sofre com o excesso de neurotransmissores.

As crises são acompanhadas da descarga de substâncias, como dopamina e glutamato. Na tentativa de controlar o incêndio, o organismo manda para a região, células protetoras, que produzem inflamação, causando a perda de conexões entre neurônios. São os achados mais recentes, nem estão publicados ainda. Após cinco episódios do transtorno, perde-se 10% do hipocampo, área responsável pela memória. Em médio prazo, a doença fica mais grave, e as crises frequentes e fortes. O doente responde cada vez menos à medicação. Gazeta de Beirute


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